Salta al contenuto principale
Passa alla visualizzazione normale.

ALESSANDRA DINO

Os Últimos Chefões. Investigaçao sobre o governo da Cosa Nostra

Abstract

A secular e transnacional Cosa Nostra é desnudada nesta obra de Alessandra Dino, professora de Sociologia Jurídica na Universidade de Palermo. Pela atuação de seus últimos e poderosos chefões – que se infiltraram na política e fizeram florescer uma burguesia mafiosa – tem-se a plena idéia de um sistema criminal com poder corruptor, postura parasitária de grudar e se infiltrar no poder do Estado. Tudo com plano diretor e estratégico, ética ambígua e cerimônias de iniciação usadas para a sujeição e disciplina interna. No particular, contam os colaboradores de Justiça, na cerimônia de iniciação e constituição de vínculo indissolúvel, a solene perfuração do dedo indicador (aquele usado para acionar o gatilho da arma) e o forte simbolismo de só se entrar com sangue derramado e se sair também com sangue. Não se deve perder de vista que os capi mafiosos podem aplicar, quando reunido o órgão de governo, a sanção de “suspensão” da organização, sem perda do vínculo de submissão e obediência: quando Totò Riina assumiu o comando, depois de sangrenta guerra interna e com a eliminação dos chefões Stefano Bontate e Salvatore Inzerillo (primo do boss Carlo Camobino, da máfia sículo-norte-americana e capo da famiglia do Brooklyn), vários perdedores partiram para os EUA e, depois da prisão de Riina e com Bernardo Provenzano no comando, alguns chefões começaram a retornar à Sicília. Provenzano quis restabelecer a “pax mafiosa”. A influência política dos chefões (capo dei capi) é também destacada nesta obra. Na presente quadra de contraste ao fenômeno mafioso se apuram, em rumoroso processo judicial, as imputações de terem ocorrido, entre 1992 e 1993, tratativas entre a cúpula da máfia e altos dirigentes do Estado italiano. O objetivo seria colocar fim à violência, em troca de recompensas e volta ao sistema de impunidade. À época ocorreram os ataques mafiosos que dinamitaram e mataram, num arco de tempo curto, os juízes Giovanni Falcone (23 de maio de 1992) e Paolo Borsellino (9 de julho de 1992). E não se deve olvidar, a partir de 14 de maio de 1993, uma série de ataques mafiosos e a dinamitar Roma, Milão e Florença, com mortes e feridos graves.